Atualizado em 21/08/2025 por Mokeka Publicidade
O universo do marketing nas redes sociais vive um paradoxo: nunca foi tão fácil alcançar pessoas, mas nunca foi tão difícil conquistar sua atenção. Em um cenário de “saturação digital”, onde o consumidor brasileiro passa em média 3 horas e 37 minutos por dia conectado a essas plataformas , a disputa por um minuto de foco se tornou um jogo de soma zero. Para que seu conteúdo seja visto, outro precisa ser ignorado.
Esqueça os “hacks” e as soluções mágicas. O sucesso em 2025 não depende de truques, mas de uma compreensão profunda sobre comportamento, psicologia e a tecnologia que molda o nosso consumo de informação.
Este guia estrutural foi criado para ser seu ponto de partida. Aqui, vamos desvendar as camadas que compõem uma estratégia de marketing nas redes sociais verdadeiramente eficaz, desde a desconstrução de mitos até a criação de conteúdo projetado para vencer na economia da atenção.
A primeira regra do marketing nas redes sociais: o “horário nobre” é um mito
Uma das maiores obsessões de quem trabalha com redes sociais é encontrar o “horário nobre” perfeito para postar. No entanto, a busca por uma resposta universal é uma estratégia equivocada. Uma análise de diferentes estudos sobre o Instagram, por exemplo, mostra uma total falta de consenso sobre os melhores horários, com recomendações que variam drasticamente para o mesmo dia da semana.
Essa discrepância não significa que os estudos estão errados, mas sim que eles revelam a verdade fundamental: o único “horário nobre” que importa é uma função direta do comportamento do seu público-alvo específico, e não uma característica da plataforma. Fatores como a metodologia do estudo, o setor (B2B vs. B2C) e as mudanças de rotina dos usuários influenciam diretamente esses dados.
Portanto, a recomendação é clara: use os guias genéricos apenas como um ponto de partida. A verdadeira otimização vem da análise dos seus próprios dados.
A economia da atenção no marketing das redes sociais
Para entender a complexidade do marketing nas redes sociais no Brasil, é preciso compreender o cenário em que ele opera: a economia da atenção. Os brasileiros são o segundo povo que mais passa tempo conectado no mundo, com uma média de 9 horas e 13 minutos diários. Isso representa quase 60% do tempo que uma pessoa passa acordada.
Nesse contexto, as redes sociais não competem mais apenas entre si, mas com o trabalho, o estudo, o lazer offline e até com o sono. Com um “orçamento de atenção” diário praticamente esgotado, os usuários se tornaram filtros implacáveis de conteúdo. A única maneira de furar essa bolha é com conteúdo “scroll-stopping”: material tão relevante, valioso ou divertido que faz o usuário parar o movimento instintivo de rolar o feed.
Conteúdo mediano não é mais apenas ignorado; ele é prejudicial, pois ensina o algoritmo e o usuário a desconsiderar suas futuras publicações.
Estratégias de marketing nas redes sociais para cada canal
Uma estratégia de “publicar o mesmo em todos os lugares” está destinada ao fracasso. Um resultado positivo depende da congruência entre a mensagem, o formato e a mentalidade do usuário em cada plataforma.
Instagram: marketing visual e influência comercial
- Público: com 134,6 milhões de usuários no Brasil, é o terceiro maior mercado global da plataforma. A faixa etária mais ativa é de 25 a 34 anos, com uma leve predominância feminina (58,4%).
- Psicologia de uso: é uma plataforma de descoberta visual, entretenimento e, crucialmente, influência comercial. 82% dos usuários seguem marcas e 72% já compraram algo que descobriram no aplicativo.
- Estratégia de conteúdo: o foco é na estética, storytelling e criação de uma identidade de marca aspiracional. Use Reels para entretenimento e alcance, e Stories para bastidores e interações autênticas, estimulando o salvamento e o compartilhamento de posts.
Facebook: construção de comunidades e nichos de interesse
- Público: conta com 111,3 milhões de usuários no Brasil, com gênero equilibrado e domínio da faixa de 25 a 34 anos.
- Psicologia de uso: funciona como um hub para conexão comunitária e consumo de informação, especialmente através dos Grupos, que permanecem extremamente ativos.
- Estratégia de conteúdo: a estratégia deve ser focada em nutrir comunidades. Fomente discussões em grupos, promova eventos e compartilhe notícias relevantes para o seu nicho. O conteúdo aqui pode ser mais informativo e denso do que no Instagram.
TikTok: o motor do entretenimento e das tendências virais
- Público: terceiro maior mercado global, com 98,6 milhões de usuários brasileiros, majoritariamente da Geração Z e Millennials.
- Psicologia de uso: é uma plataforma de entretenimento rápido, descompressão e, principalmente, um celeiro de tendências culturais globais.
- Estratégia de conteúdo: abrace a autenticidade, o humor e a criatividade. Participe de tendências (músicas, desafios) de forma genuína. O conteúdo deve parecer nativo e pouco polido, não um anúncio tradicional.
LinkedIn: a arena do marketing B2B e desenvolvimento profissional
- Público: alcançou 75 milhões de usuários no Brasil, representando mais de 60% da força de trabalho nacional. A Geração Z e os Millennials compõem 91% dos perfis.
- Psicologia de uso: o comportamento é utilitário (networking, busca por empregos e aprendizado sobre o mercado de trabalho).
- Estratégia de conteúdo: priorize valor educacional e profissional. Artigos aprofundados, insights do setor e infográficos geram o dobro de engajamento. O tom deve ser profissional e focado em soluções.
X (Twitter): o pulso das conversas em tempo real
- Público: o Brasil é o sexto maior mercado, com mais de 22 milhões de usuários. A faixa etária global predominante é de 25 a 34 anos.
- Psicologia de uso: é a arena para notícias de última hora, debates públicos e participação em eventos em tempo real.
- Estratégia de conteúdo: a chave é a concisão e a reatividade. Participe de conversas do momento, compartilhe opiniões e use a plataforma para gerar tráfego para conteúdos mais longos em outros canais.
Como criar conteúdo e derrotar os algoritmos
O tempo massivo que os usuários passam nas redes não é um acidente, mas o resultado de uma sofisticada arquitetura de retenção. Por isso, para ter sucesso no marketing nas redes sociais, é preciso criar conteúdo que “jogue o jogo” desse ecossistema.
O que acontece por trás da tela
As plataformas utilizam um arsenal de gatilhos psicológicos e design para maximizar o tempo de tela:
- Recompensas variáveis: o feed funciona como uma máquina caça-níqueis, liberando dopamina a cada rolada com um conteúdo imprevisível e potencialmente recompensador, o que cria um ciclo de verificação compulsiva.
- FOMO (Fear of Missing Out): formatos efêmeros como os Stories do Instagram criam um senso de urgência que compele o usuário a retornar diariamente para não “ficar por fora”.
- Scroll infinito: a ausência de um “fim de página” remove as pausas naturais para reflexão, facilitando um consumo contínuo e imersivo.
Estratégias práticas para conteúdo “Scroll-Stopping”
- O gancho inicial é tudo: os primeiros 1 a 3 segundos de um vídeo são cruciais para prender a atenção. Comece com uma pergunta, uma imagem de impacto ou movimento rápido.
- Otimize para o algoritmo: utilize recursos nativos como filtros, stickers e áudios em alta para sinalizar relevância. Foque em métricas de engajamento profundo, como comentários, salvamentos e compartilhamentos, que possuem mais peso que curtidas. Para vídeos, a taxa de retenção é mais importante que o número de visualizações.
- Use a psicologia a seu favor: termine suas legendas com perguntas abertas para estimular comentários. Use enquetes e caixas de perguntas nos Stories para gerar interação fácil. Crie narrativas ou séries de conteúdo para ativar o FOMO e fazer com que seus seguidores voltem para o próximo “capítulo”.
O futuro do marketing nas redes sociais é respeitar a atenção
A jornada do marketing nas redes sociais começa com a busca pelo “quando” postar, mas termina com a compreensão do “o quê” e “para quem”. O sucesso não está em encontrar um horário mágico, mas em entender profundamente o comportamento do usuário e a arquitetura tecnológica que o influencia.
A estratégia vencedora é aquela que deixa de focar no relógio e passa a tratar a atenção do usuário como seu bem mais precioso, criando conteúdo tão valioso que o público escolhe, conscientemente, parar de rolar a tela para consumi-lo.

Sócio-Diretor de Criação da Agência Mokeka.
Apaixonado por comunicação e por contar histórias que façam parte do dia-a-dia das pessoas.